domingo, 1 de novembro de 2015

Paulo Freire a corporeidade

 






O pensamento pedagógico freireano elenca elementos que comprovam a importância da corporeidade não só do aluno, mas também do educador. O educador registra  que "...quem pensa certo está cansado de saber, que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo." (FREIRE, 1998, p. 36).     
Freire criticou o que denomina concepção bancária de educação (1987, p. 66), que supõe o conhecimento como alguma coisa pronta que se possa adquirir e na qual o homem é tratado como espectador do mundo e não como seu recriador. É uma concepção que sugere  a dicotomia inexistente homem-mundo, ou seja, a proposta freireana de educação traduz-se numa nova concepção de consciência, de corpo, de homem e de mundo, afirmando que a educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres vazios a quem o mundo encha de conteúdos. Não pode basear-se numa consciência espacializada, mecanicamente compartimentada, mas nos homens como corpos conscientes e na consciência intencionada ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas relações com o mundo. (FREIRE, 1987, p. 67)

“É com total disponibilidade que me entrego à vida de corpo e alma, pensamento crítico, emoção, curiosidade e desejo, da mesma forma que vou aprendendo a ser eu mesmo na relação com o outro. Além disso, ainda me entrego à experiência de lidar sem medo nem prejuízo com a diferença, aprendo a conhecer-me melhor e construo o meu perfil…"(FREIRE, Paulo. 1997).

[...] Não entendo a existência humana e a necessária luta para fazê-la melhor, sem esperança e sem sonho. [...] A desesperança nos imobiliza e nos faz sucumbir no fatalismo onde não é possível juntar as forças indispensáveis ao embate recriador do mundo. Não sou esperançoso por pura teimosia mas por imperativo existencial e histórico. [...] Minha esperança é necessária mas não é suficiente. Ela, só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja e titubeia. Precisamos de esperança crítica, como o peixe necessita de água despoluída (FREIRE, 2003, p.10)

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